Participação Popular

Porto-alegrenses dizem não a residências

Com mais de 80% dos votos Frente do Não vence consulta sobre permissão para moradias na área do antigo Estaleiro Só

Após quase um ano de polêmica, os porto-alegrenses decidiram ontem que não serão permitidas construções residenciais na área do antigo Estaleiro Só, zona Sul da cidade. Com mais de 80% dos votos válidos (18.212), a Frente do Não venceu a consulta popular sobre o Pontal do Estaleiro. Ao todo, 22.619 pessoas participaram do pleito, que era facultativo. A Frente do Sim recebeu apenas 4.362 adesões. Também foram registrados 23 votos em branco e 22 nulos.Às 19h25min deste domingo, no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, o vice-prefeito José Fortunati, coordenador do processo, anunciou o resultado. Ao lado do prefeito José Fogaça, Fortunati garantiu que os futuros projetos apresentados para o local, que é de propriedade privada, não poderão contemplar moradias. Disse ainda que, na área pública da orla do Guaíba, a prefeitura não pretende fazer intervenções de grande porte. “Pensamos em qualificar, com bares, cafés e quadras de esportes”, exemplificou o vice-prefeito.Sobre a altura dos edifícios, um dos pontos mais questionados na proposta arquitetônica levada à Câmara Municipal no ano passado - que previa seis blocos de 14 andares -, Fogaça disse que a avaliação será da equipe técnica da prefeitura. “Será necessário um Estudo de Viabilidade Urbanística. Além disso, o novo projeto passará por todas as instâncias da administração”, afirmou.Com palavras de ordem - “A orla é pública!”, “A orla é pública!” - os ativistas da Frente do Não festejaram a vitória. Um grupo de aproximadamente 15 pessoas, entre elas três vereadores da Capital, acompanhou a contagem. Quando o telão colocado no fundo do auditório Dante Barone marcou mais de 90% dos votos apurados, eles começaram a comemorar o resultado.Na opinião do coordenador do Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba, César Cardia, além de votar contra a permissão de residências no Pontal do Estaleiro, os porto-alegrenses também manifestaram contrariedade à construção de “espigões” nas margens do Guaíba. “Foi um expressivo ‘não’ a todo esse processo”, entende.

Fonte: Jornal do Comércio